quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Breaking Dawn - o livro


Muitas vezes comentei que nunca critico nada antes de assistí-la ou lê-la. E sobre a série Twilight, de Stephenie Meyer, não é diferente. Mesmo tendo lido os três primeiros livros e achado uma porcaria (como os 3 filmes baseados neles), criei coragem e comecei a ler o 4º, e até onde me pareceu, último livro da série. O livro pode ser dividido em três etapas: a primeira, do casamento até ela saber que estava grávida; a segunda, a história contada pela perspectiva de Jacob e, para mim, a melhor coisa que a autora conseguiu escrever até hoje; a terceira, do renascimento de Bella como vampira até o confronto com os Volturi.
A primeira parte continua piegas ao extremo, como foram os 3 primeiros livros. Casamento perfeito, lua-de-mel perfeita, blá-blá-blá, tudo aquilo que eu detestei nos 3 primeiros. A autora consegue, inclusive, criar um personagem ridículo para o folclore brasileiro, o Lobismen (pelo menos na tradução que eu li, não li o livro original) que não fica bem definido por ela durante a narrativa. O livro é tão chato nesta parte que devo ter demorado umas duas semanas para terminar de lê-la (normalmente neste período de tempo, eu leio, no mínimo, um livro inteiro). Então descobrimos que Bella está grávida e não se sabe exatamente o que é o filho dela e de Edward. Ela é levada de volta a Forks e entramos na segunda parte do livro. Nesta parte a autora, pela primeira vez em toda sua obra, escreve sua narrativa pela perspectiva de um homem e se sai muito bem (pelo menos melhor que pela perspectiva feminina). O personagem de Jacob ganha mais profundidade e começamos a entender melhor seus anseios e os confrontos internos do personagem. A parte está incrivelmente bem escrita e sem os comentários melosos que poluem todos os livros da autora. Então conhecemos a filha de Edward e Bella e vemos Jacob se apaixonar por ela. Chega então a terceira e última parte do livro. Bella renasce como vampira e começamos a seguir novamente por suas experiências até o final do livro. Ela vai criando sua filha que cresce de maneira espantosa, juntamente com o bando de lobisomens. Aqui vou fazer um parênteses para explicar outra coisa podre do livro. Acredito que a autora deve ter se inspirado na série "True Blood" é inventou que os lobisomens não eram mais lobisomens, mas sim "transmorfos", com uma explicação podre lá pelo final do livro. Mas continuemos com o restante do livro. Então, em uma de suas saídas para caçar, a criança é vista por outra vampira, que vai e alerta os Volturi. Ela confunde a criança por uma criança-vampira, proibida pelos Volturi por uma série de acontecimentos passados e, através de Alice, que prevê o futuro, os Cullen ficam sabendo que os Volturi estão vindo para matar a criança. Então eles reúnem uma grande quantidade de vampiros para testemunhar que a filha de Bella e Edward não é uma morta-viva, mas sim uma nova espécie. neste interím, Bella é treinada para desenvolver sua habilidade natural, para caso houver uma luta entre as duas facções de vampiros. Então, quando chega a hora, e você pensa que a autora vai criar coragem e fazer com que seus personagens se tornem mais reais e morram numa luta, como aconteceria normalmente, ela recorre a um subterfúgio (a filha de Bella e Edward não é única) e a luta que todos esperavam, Volturi vs. Cullen não acontece. E todos vivem felizes para sempre.

Sem dúvidas, é o melhor dos livros escrito pela autora, mas mesmo assim fica bastante abaixo de qualquer literatura sobre vampiros feita. Ela melhora na escrita, porém o livro fica chato em certos pontos. Aos fãs, devem ter adorado o final do livro. A mim, que gostaria de ler um pouco de ação, simplesmente detestei e achei covarde. Para um último livro, alguns personagens poderiam ter morrido, principalmente na última batalha (que não ocorreu) para dar mais dramaticidade a série. Enfim, mas leitura melosa e piegas para adolescentes. Romance usando seres sobrenaturais para sair do básico. Mais nada.