terça-feira, 11 de maio de 2010

A Hora do Pesadelo (remake)

A história, acredito, seja de conhecimento geral: um pedófilo é morto pelos pais dos abusados e retorna para matar nos sonhos dos mesmos. Nancy é a personagem principal e descobre um jeito de enfrentá-lo. O filme original (dirigido por Wes Craven) de 1984 já é um clássico do gênero, com uma história original e um vilão interessantíssimo vivido por Robert Englund. Mas o que este remake não tem do original (o remake é quase uma cópia da história original, mudando algumas coisas) que o deixa tão ruim? Tudo. Aliás, pra mim, só o que eu achava chato no original voltou neste remake.

Comecemos a destroçar pelo vilão: Freddy Krueger. Primeiro: a maquiagem não ficou tão boa quanto à do original. Tentaram dar mais originalidade a face do monstro, para que ele parecesse mais com uma pessoa queimada, mas não adiantou. O Freddy original é muito, mas muito melhor. Jackie Earle Haley (Watchmen, ele faz o Rorschach) até tenta, e não se sai tão mal, mas é impossível não comparar com o Freddy de Englund. E comparando...

Outra coisa em que o filme peca é “amaciar” nas mortes para que a idade de restrição baixe de 18 para 16 anos. Isso afetou em muito ao filme. A melhor morte do filme original, a do personagem interpretado por Johnny Depp, onde ele é estrebuchado por Freddy na cama onde dormia, com grande profusão de sangue é refeita neste remake. E de forma porca. Colocaram a personagem Kris (Katie Cassidy, protagonista da Rudy em “Supernatural”) a se debater no teto de seu quarto e ter o corpo fatiado (mas sem mostrar nenhum dos órgãos internos, como no original) antes de morrer. Além de o sangue ter sido poupado nesta cena, também.

Comparação entre os dois Freddy Krueger; acima, Robert Englund, abaixo, Jackie Earle Haley. 

Modificaram um pouco do enredo da história. Freddy agora é um jardineiro de uma escola de educação infantil, e é morto em um depósito, longe da Rua Elm, onde era sua casa, no original. Aliás, este Freddy parece um retardado, brincando com criancinhas e aliciando-as na escola. Diferente do monstro criado por Craven que perpetua suas maldades pelos sonhos das pessoas. Referência a Elm Street, onde se dá o confronto final do filme original onde morava Freddy Krueger, onde morava a maioria dos envolvidos com a morte dele no passado, só brevemente, mostrando a placa da rua onde moram algumas das vítimas. Porra, nem isso os caras deixaram. Não precisava ter nem no título “A Nightmare on Elm Street”, poderia ser muito bem “A Nightmare on Badham Pre School” que não teriam importância alguma. Pelo menos a musiqueta do Freddy continua igual.

Outra coisa que me incomodou bastante no filme foi a quantidade de faíscas que saíram das lâminas do Freddy. Cada vez que ele passava as lâminas em algo de metal, parece que um mandril entrava em ação e produzia faíscas a torto e a direito.

Sobre o que mantiveram que eu achava chato no primeiro filme e achei pior agora é que os personagens a toda hora estão dormindo. Mas a toda hora mesmo. O cara nada e começa a dormir, estão caminhando e começa a dormir; porra, só faltou mostrar eles trepando e de repente aparecer a cara do Freddy no parceiro. Mesmo com a explicação dada no filme, isso fica chato pra caralho.

Uma coisa que me deixou com medo, nos créditos iniciais, foi o nome de Michael Bay como produtor. Cheguei a pensar que o Freddy viria de bazuca, só para que algumas explosões aparecessem no filme... Felizmente isso não aconteceu.

E o final do filme!? Ah, o final do filme. Dava pra ter ficado sem ele. Além de matar nos sonhos, o Sr. Freddy começou a matar através dos espelhos também??? Sinceramente, não lembro se isso existe no original, pois não reassisti ele. Mas ficou uma merda neste remake. Uma merda com “M” maiúsculo.

Se caso for feita uma continuação desta bosta de filme, por favor, que pelo menos se passe na Elm Street, para que o título possa ter sentido...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Home de Ferro 2

Eu sou suspeito sempre quando falo ou escrevo algo sobre comics. Assim como ouvi entrevistas de pessoas que detestaram o “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton, em função de que não tinha nada a ver com a obra de Lewis Carroll (pseudônimo do matématico Inglês Charles Lutwidge Dodgson). Quando eu assisto a um filme sobre quadrinhos, gostaria que a essência (pelo menos) do que o autor em sua mídia original deixou transparecer. E este é um grande problema com todas (sem exceção) adaptações da Marvel ou DC (citando apenas as duas maiores). E não é diferente com a nova investida da Marvel, “Iron Man 2”.

Partindo do final do primeiro filme, nesta nova parte da saga do “Vingador Dourado-Escarlate”, vemos Tony Stark (Robert Downey, Jr., novamente muito bem no papel) declarando para o mundo que ele é o Homem de Ferro. Ivan Vanko (Mickey Rourke, ótimo no papel de vilão), filho de um cientista que trabalhou com o pai de Tony Stark, e que agora jura vingança contra o herói, contrói uma armadura cuja arma é um chicote eletrificado. Usando esta armadura numa corrida em Mônaco, ele tenta matar Tony que guiava o carro patrocinado por sua empresa na corrida, numa das melhores cenas do filme. Depois de preso, ele é libertado por um concorrente da Stark Enterprises que usa suas habilidades para tentar criar uma cópia da armadura do Homem de Ferro e vender a tecnologia para o governo americano. Além disso, Tony Stark está sofrendo um processo de envenenamento por Paládio, fonte de energia que faz com que o coração artificial criado por ele no primeiro filme continue funcionando.

A história do primeiro filme é melhor, mas isso é óbvio. Contar a origem de um herói é sempre mais fácil do que contar uma aventura isolada do mesmo. As melhores histórias em quadrinhos quase sempre são minisséries, que ficariam mutiladas se colocadas em filmes de 90 minutos. Mesmo assim, o segundo filme não faz feio e é bastante bom. A trilha sonora é um deleite a parte, liderada por duas músicas do AC/DC (Shoot to Thrill e Highway to Hell, nos créditos finais). Infelizmente, uma das partes mais marcantes da vida nos quadrinhos de Tony Stark (que resultou na quase falência da Stark Enterprises, a criação do “War Machine”, que é a armadura de James Rhodes, entre outras coisas interessantes), que é a fase onde ele é mostrado como um alcoólatra é muito pouco aproveitada neste filme. Além disso, os personagens coadjuvantes também estão muito bem, destaque para Samuel L. Jackson, como Nick Fury e Scarlett Johansson, como Viúva Negra. A cena onde ela invade a empresa de Hammer e derruba diversos seguranças é muito boa. Os efeitos especiais novamente são um show a parte. Os CGIs são bastante reais e muito bem feitos. Novamente, Stan Lee faz ponta (como em todos os filmes com personagens da Marvel) como um fã de Tony Stark, quando mostra a saída dele do comício, no começo do filme, com a câmera filmando a visão de Tony. Após os créditos iniciais, como vem acontecido seguidamente nos filmes da Marvel, mais um prelúdio para o Mega filme esperado para 2012, “The Avengers”. Neste prelúdio, vemos uma cratera no Novo México produzido por Mjolnir, o martelo de Thor.

Mesmo com as adaptações, o filme é bom e merece ser conferido nos cinemas.