domingo, 30 de outubro de 2011

Mystics in Bali


Uma escritora americana, Catherine Kean (Ilona Agathe Bastian), depois de voltar da África onde estudou Voodoo (???????????? Pra quem não sabe, o voodoo se origina do Haiti, no Caribe), ela chega a Bali para estudar a Magia Negra mais poderosa do mundo, que é de conhecimento de Leák, uma bruxa do folclore de Bali. Ela solicita a ajuda de Mahendra (Yos Santo), um nativo que tem conhecimento onde ela conseguirá encontrar uma Leák e solicitar sua ajuda para desvendar os segredos das artes negras. Os dois, a noite na floresta, procuram e encontram uma Leák, que demanda algumas oferendas para ensinar seus conhecimentos a Catherine. Porém, Catherine não sabe que a bruxa irá utilizar de sua ingenuidade para conseguir sangue de fetos para conseguir a vida eterna.


Filme Indonésio de 1981, que é cult devido a ter sido banido da Indonésia e ter sua fama através de cópias piratas em VHS e diversos reviews na web, é conhecido também com "o filme da cabeça voadora". Mas vamos a algumas cenas do filme pelas quais vc deve (ou não) assistir a esta pérola do "tão ruim que é bom":

1º No começo e no final do filme vemos uma máscara que é parecida com uma que aparece no desenho do famoso personagem Woody Woodpecker. O desenho em questão é um em que o Pica-Pau e seu rival, Zeca Urubu, são marinheiros e estão de folga em Bali. Porém, uma sacerdotisa, tem que usar os dois como sacrifício para um Deus-vulcão, para que ele poupe o povo da ilha de sua fúria. Pois então, a máscara que é a face do Deus-vulcão é muito parecida com a máscara usada no filme, cuja foto publico abaixo.

2º O filme tem diversas, mas diversas falhas de continuidade. Vou citar três: a primeira é no primeiro encontro de Cathy e Mahendra com a Leák. No final do encontro, a Leák vai se despedir de Catherine da forma americana, ou seja, apertando as mãos. As unhas da Leák são gigantescas. Depois de apartar a mão de Cathy, o antebraço da Leák se destaca do corpo e Cathy fica segurando depois do aperto, e logo solta o braço no chão. Quando mostra o braço, voltando a vida e indo em direção a Leák, as unhas estão muito, mas muito menores do que apareciam na cena em que o braço estava grudado ao corpo da bruxa. A segunda acontece antes da primeira. O casal está tentando achar a Leák, quando é surpreendido por uma tempestade. Depois da tempestade, todos molhados, eles encontram a Leák. No próximo corte de cena, já mostra os dois sequinhos, como se a tempestade não tivesse existido. A terceira, é uma cena depois que Cathy é marcada pela Leák na coxa. Mahendra aluga uma casa para Cathy e vai visitá-la. Quando chega, ele está usando uma camisa do "Bob Marley". Os dois conversam na varanda e Cathy solicita que ele entre em casa, para que possa ler o que a Leák desenhou na sua coxa. Porém, dentro da casa, Mahendra está usando uma camisa que tem como estampa uma mão.

3º Na primeira noite em que Cathy recebe os ensinamentos da bruxa, acontecem coisas meio sem noção. Primeiramente, o que Leák ensina a Cathy é a rir daquela forma que os filmes de baixo orçamento mostram a risada de uma bruxa. Depois, Cathy começa a imitar os movimentos da Leák. Porém, o que mais chama a atenção é a "lição da risada". Eu, sinceramente, nunca tinha visto algo tão ridículo. Somente vendo a cena vcs terão noção da ridicularidade.


4º Agora vamos ao por quê do filme ser conhecido como "o filme da cabeça voadora". O motivo da Leák ensinar Cathy, como já tinha falado, era para que ela servisse como uma escrava para a bruxa, e trouxesse sangue de fetos para que ela pudesse atingir a vida eterna. A forma como ela utiliza Cathy é o que dá o "apelido" ao filme. A cabeça de Cathy se separa do corpo, juntamente com seu trato digestivo e respiratório, Cathy cria presas e voa até mulheres grávidas. Chegando ao local, ela faz um boquete na grávida para sugar o sangue do feto e levar ele para a bruxa. A cena e os efeitos são algo que só vendo para crer. Além disso, as caretas que Cathy faz quando tenta retirar uns pedaços de pau que um "shamã", que luta contra a bruxa no final,  coloca no pescoço do corpo para que a cabeça não consiga voltar para ele, é algo de tamanha ridicularidade que só assistindo.




5º Uma das características de um Leák é a capacidade de transformar-se em qualquer coisa que deseje: uma planta, um animal ou ainda outra pessoa. Sabendo disso, começaremos a detalhar o clímax do filme. A batalha final acontece no local onde o shamã, que é tio de Mahendra, enterra o corpo sem cabeça de Cathy. A bruxa e sua subalterna (só a cabeça, a buchada e os pulmões) aparecem e começam a enfrentar o shamã, numa sucessão de efeitos especiais dignos de filmes caseiros da década de 30. O shamã então, é vencido quando a bruxa utiliza uma técnica em que raios amarelos saem de seus dedos. Nisso, do nada, uma garota aparece com um pedaço de madeira e tenta acertar a bruxa, mas é repelida pela mesma e morre. Neste momento sabemos que ela era apaixonada por Mahendra e se sacrificou para salvá-lo. Mas esta personagem nunca, em nenhum momento do filme aparece como sendo uma pretendendo de Mahendra. Vemos ela apenas observando o casal de protagonistas, Mahendra e Cathy, mas nada mais além disso. Prosseguindo, o shamã ressurge mais forte, agora com uma roupa branca e uma espada e consegue vencer o primeiro round contra a bruxa. A Leák e Cathy (agora com o corpo restaurado) fogem mas são perseguidas pelo Shamã. O shamã tenta prender a bruxa em um círculo de fogo, porém ela consegue escapar e transforma-se em panos para tentar prender o shamã. O mesmo se desvincilha dos panos com sua espada. Os pedaços de pano se transformam em pedaços de um corpo, meio mulher-meio porco, com umas tetas caídas, que começa a lutar com o shamã. O mesmo consegue atravessar o peito da besta com sua espada, e Cathy cai desacordada (ou morta, nunca ficamos sabendo pelo filme) e o filme acaba.





Sinceramente, a fama precede ao que assisti. O filme é muito ruim, mas é engraçado demais. Se puderem assistir, façam. De preferência, com litros de cerveja e uma turma para que os comentários durante a projeção sejam mais divertidos.