quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Shark Side of the Moon

 


Uma das maiores idiotices que já assisti na vida.
Breve sinopse: Durante a Guerra Fria, a URSS decidiu que não queria pisar na lua, mas sim colonizá-la. Para tal feito, são criados híbridos de tubarões com humanos, cuja capacidade de adequação e resiliência conseguiriam superar as adversidades. Porém o experimento dá errado e os mutantes acabam escapando, entrando em um ônibus espacial e sendo levados a lua.
Anos depois, outra missão americana é lançada a nosso satélite natural e os astronautas americanos terão que enfrentar os mutantes sobreviventes e sua prole na superfície lunar.

O filme é recheado de absurdos; tantas incongruências que fica difícil enumerá-las, mas vamos lá:
* De que jeito um astronauta é substituído de última hora. Simplesmente um dos astronautas americanos adoece e tem outro no lugar para substituir de imediato? Andando de moto nas rodovias?
* O que é o traje espacial inventado pela híbrida acolhida pelo Russo cosmonauta? Não tem nem como explicar fisicamente o absurdo;
* Como que os tubarões respiram na lua? Lá não existe oxigênio...
* Se o ônibus espacial ainda funcionava, por que diabos Sergei não tentou voltar pra casa antes?
* Por qual motivo os tubarões conseguem se mover mais rápido que as pessoas na lua se não existe atmosfera lá. Ou seja, não há nenhum fluído para justificar tal façanha...
* E como eles conseguem falar e escutar se o som não se propaga em ambientes sem fluído?
* Por qual motivo o tubarão morto na Nave pelo mecânico antes de sua morte aparece no final na sala de comanda?
* Por que o tubarão baleia criou aquela camada de dentes?
* Como a líder dos tubarões mutantes aparece morta quando cai da nave e depois aparece viva atirando os astronautas sobreviventes nas entranhas do tubarão-baleia?
* E porque a líder morre (ou não) na queda da espaçonave dos americanos. Os humanos conseguem aterrissar em pé e ela não?
* Por qual motivo os astronautas não conseguem levantar voo com a nave e esperam os tubarões chegarem até ela, mas quando os tubarões tomam comando da nave conseguem fazer ela funcionar imediatamente?
* O que, mas o que foi aquele final, com o retorno a Terra?
* Por que o tubarão-baleia tinha um bote dentro dele?

E assim poderia continuar por muito tempo.

Como falei e repito, uma das coisas mais idiotas que já assisti na minha vida.
Abençoados sejam quem conseguir assistir ao filme até o final.
Acreditava que a Asylum não conseguiria fazer nada que superasse em ruindade os outros filmes de tubarão que ela produz, mas estava muito, mas muito enganado.



domingo, 11 de setembro de 2022

Empire of the Dark


Péssimas atuações, coreografias de luta risíveis, montagem de uma criança de 5 anos, efeitos especiais feitos num computador da década de 70, maquiagem feita pela "Vovó Mafalda", além de um figurino digno da "Framboesa de Ouro". Mas isso faz este filme em que o gênio que escreve, dirige, atua, produz, coreografa, Steve "Bad Guy" Barkett seja ruim?

Para alguns até pode ser, mas para quem sabe da canastrice desse cidadão vai achar o filme um "deleite". A história começa mostrando o intento de uma seita: libertar um demônio e seus asseclas com o sacrifício de 20 mulheres. Porém, Richard (Steve Barkett) Flynn chega na hora para acabar com os desejos satânicos da seita. Mas, como mesmo ele não é dois, na hora "H", em que os satanistas estavam para sacrificar suas vítimas, uma mulher e seu bebê, Barkett precisa escolher quem ele irá salvar. O bebê é salvo e, com Barkett, consegue escapar do inferno.

O filme dá um salto de 20 anos e conhecemos agora o envelhecido (apenas por um bigode) Richard Flynn e o bebê salvo, agora mais velho, Taylor (filho de Barkett) Nash.

Taylor procura a polícia para informar que o que estava ocorrendo 20 anos atrás está ocorrendo novamente. Cabe a Barkett e seu "clã" derrotar os satanistas novamente.

É impossível colocar tudo que o filme apresenta de ridículo. Vamos colocar alguns:

Os satanistas não envelhecem em razão de terem clones para substituí-los? Dessa forma são imortais. Essa desculpa não acontece por eles não terem dinheiro e filmaram poucas cenas com os mesmos...

As cenas ridículas de luta no inferno;

Os enxertos para alongar o filme de cenas repetidas;

Porque, mas porque, aquela mulher, a repórter, aparece na cama com Richard e depois, no filme, não serve para nada. Literalmente nada. Tudo que ela descobre Richard também acaba descobrindo e não por intermédio dela. Além disso, o par romântico de Barkett é Angela, e não ela, como vemos no final do filme.

Enfim, que é fã de um "ótimo" filme ruim não pode deixar de assistir essa tosqueira. Todos os clichês e tudo que uma pessoa pode fazer errado em um filme estão aqui. Diversão garantida e boas risadas. A dica é assistir bêbado com um grupo de amigos.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Millennium - a série de TV




Bom, gostaria de falar um pouco sobre esta série e o que achei de suas três temporadas e do episódio final (digamos assim), que se passa na sétima temporada de Arquivo X.

Na série, conhecemos Frank Black, ex-agente do FBI, perito em traçar perfis de assassinos seriais (em especial, os homicidas com tendências sexuais) que, em razão de um “colapso” causado por seu “dom”, resolve se aposentar do FBI. Black tem a capacidade de entrar dentro da mente do assassino e ver todos os passos do mesmo, o que lhe ajuda a desvendar os assassinatos. Ele se muda para Seattle e passa a prestar consultoria para o departamento de polícia local como membro de um enigmático grupo de pessoas chamado “Millennium”, formado, como ele, por ex-agentes do FBI, CIA, NSA entre outros. Junto com ele, se mudam sua filha Jordan e esposa Catherine, cujo relacionamento pretendem fortalecer com a proximidade na nova casa sonhada por ambos.

Para continuar com os relatos um pouco mais aprofundados pelas temporadas, terei que colocar alguns SPOILERS durante o texto. Então, para quem ainda não assistiu e tem interesse em manter mistério sobre o que acontece, sugiro não ler a partir de agora:



1ª Temporada – esta é uma temporada bastante, digamos assim, “tranquila”. Nela, Frank Black trata exclusivamente de assassinatos em série, como consultor para o Grupo Millennium, ajudando a polícia de Seattle e outros departamentos, baseado em chamados feitos pelo grupo, que lhe enviam ao local do crime como consultor para investigar. A série tem momentos “gráficos” nessa temporada, mostrando alguns corpos, mas nada que perturbe muito a consciência do espectador. O interessante acontece mais para o final da temporada, perto do episódio 19 ou 20. É neste ponto que começamos a entender um pouco do grupo Millennium e os casos começam a tomar um rumo mais “sobrenatural”. Dou destaque aqui para o episódio das meninas loiras de olhos azuis, todas clones, que por algum motivo, não tiveram uma conclusão nessa temporada. No final deste episódio, todas conseguem escapar. Acredito que haja um desfecho nos primeiros episódios da 3ª temporada, mas irei comentá-los mais adiante. Além deste episódio enigmático, temo o último episódio da temporada, onde vemos uma pessoa influenciando assassinatos e que, no final, rapta a esposa de Frank, deixando em aberto o que aconteceu com o término da temporada no momento deste rapto...

2ª temporada – para mim, a melhor temporada da série que, como irei mostrar mais adiante, pelo menos é o que acredito, dá um fechamento digno a série. Já no primeiro episódio, vemos Frank Black atrás do sequestrador de sua esposa. Aqui, a surpresa é o ator que dá vida a este sequestrador na série. Ele é Doug Hutchison, o Eugene Tooms da série arquivo X. E a partir deste episódio eu comecei a notar um pequeno erro na cronologia, mas irei citar nas considerações finais. Além dele, o ator Chris Owens, que interpretou o Agente Jeffrey Spender, filho do Canceroso em Arquivo X também faz uma participação no episódio Monster da 2ª temporada, como outro personagem. No final, Black mata o raptor de sua esposa e começa a questionar seu envolvimento com o Grupo Millennium, ao mesmo tempo que começa um desgaste no relacionamento com sua família. Depois deste episódio, a temporada começa a tomar uma nova direção: Frank Black tenta desvendar os reais motivos do grupo Millennium, assim como os casos em que trabalha começam a se tornar mais sobrenaturais. Ele começa a ver demônios em suas visões (isso já acontecia no final da 1ª temporada), os casos começam a ter um teor mais religioso e é introduzido de vez o sobrenatural no roteiro. Aqui, parece nitidamente que a série queria explorar um aspecto não muito explorado em Arquivo X (o criador das séries é o mesmo, Chris Carter), a religiosidade. E é baseado nisso que Frank tenta descobrir os segredos do grupo Millennium, os quais descobre perto do final da temporada. Basicamente, o grupo quer preservar a raça humana do apocalipse profetizado na bíblia, não interessando quantos morram no trajeto deste objetivo, desde que a raça humana, no caso o “bem maior”, fosse atingido. E é assim que chegamos ao último episódio desta temporada (o texto ficaria muito grande se listasse tudo que acontece durante a série; recomendo assistir a série, em especial esta temporada). Frank descobre juntamente com seu amigo Peter Watts (que foi quem convidou Frank a entrar no grupo), uma ameaça referente a um vírus que foi combinado com uma proteína, que seria capaz de exterminar a raça humana. A grupo tem uma vacina, mas somente inócua seus integrantes, pois não tem capacidade nem tempo de desenvolver em massa ela para as outras pessoas. No final do último episódio, vemos Frank e sua família se isolarem em uma cabana nas montanhas, que ele recebeu de herança. Eles escutam o rádio e a praga está se espalhando rapidamente, matando todas as pessoas expostas. Ele conseguiu uma dose da vacina a qual utiliza em sua filha. Frank e Jordan, sua filha, estão imunizados da praga, enquanto sua esposa Catherine, durante a noite, começa a sentir os efeitos da praga e vai para a floresta morrer longe de seus entes queridos. A temporada termina com Frank, de cabelos totalmente esbranquiçados, abraçado em sua filha Jordan, tentando assimilar a morte de sua esposa e pensando que poderiam ser alguns dos poucos sobreviventes da raça humana, a passar pela crise do milênio. Para mim, a série fecharia de forma esplêndida nesta temporada e não precisava de mais nada. Porém...

3ª temporada – já começa mostrando Frank Black de novo no FBI e dizendo que o surto (que na segunda temporada mostrou-se quase sem controle, pelos relatos no rádio) somente matou “70” pessoas. Frank não quer mais nem saber do grupo Millennium, a quem acusa de ser responsável pelo surto (essa é uma das coisas que não entendi, visto que eles queriam preservar a raça humana, por qual motivo iriam ser responsáveis pelo vírus?!?!?!?). Ele encontra uma agente do FBI a qual se “engraça” e passa a ajuda-la nos casos. E neste instante a série “degringola”. Parece que tudo que aconteceu antes foi esquecido, como se o passado não tivesse interesse ou se os roteiristas tratassem o espectador como idiota. Nos primeiros dois episódios vemos novamente as “loiras” da primeira temporada. Mas parece que Frank não se lembra mais daquilo, pois não faz nenhuma conexão com o que aconteceu no passado. Os clones têm a mesma aparência das loiras da 1ª temporada, tem quase o mesmo “padrão” de reprodução, mas nenhuma ligação é feita. Pode ser que eu esteja imaginando, mas as semelhanças são muitas. Então continuamos em episódios sem muitas revelações. Até o KISS faz uma aparição para divulgar sua turnê “Psycho Circus” em um dos episódios, até que chegamos ao episódio 6 da temporada. Nele, estão construindo uma estrada e o engenheiro da obra encontra um esqueleto na base do asfalto. Frank e seus novos amigos do FBI vão investigar quando aparece Peter Watts na cena do crime, dando consultoria pelo grupo Millennium. Frank descobre o interesse do grupo: um de seus integrantes, uma médica forense, Dra. Cheryl Andrews, pode ser uma das ossadas descobertas. E é, outra vez, um erro cronológico da série. Esta mesma Dra., na segunda temporada, é descoberta como uma traidora do grupo e presa em um dos episódios. Como neste episódio ela está vagando livremente. Inclusive, mostra que ela foi pega em um voo para Alemanha onde iria apresentar uma tese que defendia. Novamente, os roteiristas deviam achar que o público é imbecil e não lembra das coisas que aconteceram anteriormente.

Prosseguindo, a partir do episódio que irei falar, comecei a escrever após assistir os mesmos, de maior relevância para o plot da história. O episódio 12 da 3ª temporada começa mostrando uma moça dirigindo, quando ela decide colocar um K7 no rádio do carro. Ruído branco começa a propagar dos alto-falantes e a garota começa a alucinar. Esta alucinação causa sua morte. O mesmo K7 vai parar nas mãos de Frank Black que começa a investigar. Neste episódio, vemos uma tentativa frustrada de tentar consertar o que estragaram nesta temporada. O detetive de Seattle, amigo de Black, conta a agente do FBI sobre o surto e como Frank foi com a família até sua cabana nas montanhas para se salvar do fluxo. Podemos jogar na imaginação de Frank, mas as imagens que vemos dele, no passado, com sua esposa Catherine não fazem sentido com o final da 2ª temporada. No final, como já relatei, Frank está com o cabelo totalmente branco. Nas alucinações deste episódio ele não está com o cabelo branco. O vírus, que ganha um nome no episódio 11, e que tenta colocar a culpa no grupo Millennium por sua fabricação (para mim não colou), tem um efeito parecido com o Ebola, ou seja, ela faz a pessoa sangrar até morrer, “liquefazendo” os órgãos e fazendo com que a pessoa verta sangue pelos poros e outros orifícios. Quando vemos Frank segurando a esposa peto de sua morte, não vemos nada disso. A esposa não tem quase nada de sangue nela, o que é contraditório quando vemos ela se afastando da cabana no final da 2ª temporada. Pode ser que tenha sido apenas alucinação, e que ele nunca tenha feito isso, porém pelos relatos do detetive, parece que foi exatamente o que aconteceu. No meu entender, foi uma tentativa da produção do seriado para tentar consertar seus erros. Não deve ter sido somente eu que notei todas estas incongruências, e uma chuva de cartas e e-mails de fãs deve ter feito a mesma coisa. Após este episódio, o que se segue, basicamente, é o seguinte: vemos o grupo Millennium tentando e conseguindo recrutar a agente do FBI, Emma Hollis, alguns outros episódios onde vemos nitidamente a presença de demônios, e um aumento da importância de Jordan na trama; até que chegamos ao último episódio da série, de número 22, e eis o que acontece, em suma. Na realidade, este é um episódio duplo, que começa no anterior, mas onde todo o foco do enredo da série se desenrola neste. Aqui vemos que a agente Hollis será promovida no FBI e que este era o motivo do assédio do grupo Millennium nela. Também vemos um outro braço do grupo, interessado em pesquisa genética e neurológica, para preparar os escolhidos para o tão temido Armagedon. Porém, como mostra o caso investigado neste episódio, o estudo neurológico tem suas consequências. Outra coisa interessante neste episódio é que sabemos (mas não tenho certeza se era este o propósito desde o início para ele) o que o Grupo pretende com Frank Black, mesmo que vagamente. No final, vemos ele e sua filha (depois dele ter lido os relatórios sobre os dois do grupo Millennium) fugindo de carro, deixando tudo para trás. Ainda não assisti ao episódio do Arquivo X que dizem que fecha a série, porém segue aqui algumas dúvidas que fiquei, depois destas três temporadas: Lucy Butller a.k.a. o demônio. O que ela queria com Frank e Jordan? Será que ela queria recrutar eles para o Armagedon? Se sim, por que ele não ficou do lado do Grupo Millennium que era exatamente o oposto? Essa é uma pergunta crucial e não foi respondida na série. Aliás, nada em termos religiosos fico bem claro e definido. Qual era o interesse real do grupo em Frank e sua filha? Por que motivo Frank ficou com tanto medo e fugiu deixando tudo para trás? Por quê Peter Watts foi retirado do grupo? Na segunda temporada, mostra nitidamente que ele é um dos “chefes” do grupo Millenium. Enfim, irei assistir ao episódio de Arquivo X e deixar as últimas impressões.



Arquivo X – temporada 7, episódio 4, Millennium – a história começa com o funeral de um ex-agente do FBI que se suicidou. Vemos um homem ressuscitando e a desenrolar dos acontecimentos leva ao encontro dos agentes Mulder e Scully com Frank Black. Entre outras coisas que não encaixam, temos um relato de Skinner sobre o grupo Millennium, o modus operandi do grupo para o Armagedon (eles criaram 4 “cavaleiros do Apocalipse”, transformando em zumbis quatro ex-agentes do FBI que se suicidaram). Um último discípulo de um grupo antiquíssimo e cheios de recursos, trabalhando solo, para criar o apocalipse. As únicas coisas que se salvam é Chris Carter tentar dar um desfecho a sua série (mesmo que raso e simplório) as pequenas aparições de Frank e Jordan Black, o episódio se passar na virada do ano 99 para 2000 e os zumbis. Infelizmente, tudo que foi construído na série Millennium acabou sendo perdido.




E aqui seguem minhas impressões: a série, até a segunda temporada, não foi feita para ter continuidade. Era para ter acabado ali e nunca ter um crossover com Arquivo X. Por quê? Por que dois personagens de Arquivo X aparecem na segunda temporada como outros caracteres. Além disso, um grupo como o Millennium iria passar despercebido pelo Agente Mulder, cujo objetivo de seus Arquivos X vinham de encontro com os objetivos do grupo Millennium? E Frank Black e os agentes Mulder e Scully nunca iriam se encontrar na agência do FBI pela similaridade de seus casos?

Enfim, uma ótima série, que teve uma 3ª temporada tapa buraco, um último episódio que deixa a desejar pelo legado da série e diversas perguntassem respostas. Infelizmente, pela irregularidade da terceira temporada, a falta de nexo entre os eventos da 2ª e a 3ª levaram a série a não ter a audiência que merecia e, infelizmente, o seu fim precoce e sem as resoluções desejadas por seus fãs.

É uma pena, por que as ideias que assisti nas duas primeiras temporadas eram excelentes; um grande, digamos assim, “spin off” de Arquivo X que tratava de temas abordados por Mulder e Scully, mas sem a mesma profundidade que as abduções e temática UFO. A religiosidade, Deus e o demônio foram muito bem exploradas em Millennium, mas não tiveram o fim merecido.

Se quiser assistir, recomendo terminarem na segunda temporada e considerarem aquele final como o definitivo da série. O restante é para encher linguiça...

domingo, 3 de abril de 2016

Batman vs. Superman: Dawn of Justice



Para entender a crítica, sempre é bom saber um pouco da bagagem de quem a escreve. Pois então, voltemos a década de 80, quando li meu primeiro gibi de super-heróis, uma história do Spectreman onde ele enfrentava dinossauros (se bem me lembro, era um triceratope) em um dos gibis lançados pela Editora Bloch na época. Isso era 85 ou 86, não lembro bem o não, mas lembro que foi comprado numa ida para fazer o rancho do mês (era época de inflação, e se você bobeasse, no outro dia seu salário não valia mais nada) num supermercado da rede Zaffari.

Daí pra diante, abri minha mente para essa nova arte. Comecei a comprar mais quadrinhos, só que agora, o que eu comprei foi um gibi onde uma cara com uma capa vermelha segura uma moça loira, em seus braços, também com uma capa vermelha. Essa era a capa de uma das histórias de “Guerra nas Infinitas Terras” (uma das melhores sagas da DC que já li) onde Superman segurava uma Supergirl totalmente machucada, depois de uma batalha contra o “Monitor”, o vilão da saga. A partir daí (em parte pela fantástica arte de George Perez) comecei a consumir quadrinhos da DC e, conforme a editora Abril publicava as novas sagas da DC no Brasil, ia adentrando um mundo fantástico dos quadrinhos de super-heróis, lendo o reboot fantástico que John Byrne deu ao Superman entre outras sagas. Ainda não lia muito Batman nessa época, mas depois que li “The Dark Knight” de Frank Miller, virei fã.

Infelizmente, a vida continua e os bons tempos de infância se vão. Felizmente pra mim, nunca deixei de ler quadrinhos, porém, mudei um pouco os rumos de minha leitura da DC para a Marvel. Explicando, ainda acompanho, porém estou mais “por dentro” do que acontece na Marvel do que na DC. Meu conhecimento nos quadrinhos da DC parou no meio da década de 90, portanto, pode ser que fale algumas besteiras sobre o filme que podem ter sido baseadas nessa época, porém acredito eu que serão mínimas.

Vamos ao que interessa, o que achei sobre o tão aguardado “Batman vs. Superman”? Pra mim, uma grande DECEPÇÃO. E explico: nunca vi o Batman ter sua essência tão desfigurada quanto ao que foi feito nesse filme. Mas vamos por partes... Se ainda não viu o filme, não leia pois terão diversos SPOILERS.

Vi em alguns sites onde um dos grandes problemas do primeiro filme do Superman (esse é a continuação), foi a forma brutal como Superman matou Zord. Nos quadrinhos, em uma magnífica saga escrita e desenhada por John Byrne, também vemos essa disputa. E também como no filme, Superman precisa abdicar de todas suas convicções em não tirar nenhuma vida e acabar com os kryptonianos que vieram a terra e queriam dominar o planeta e a raça humana. Superman não tendo outra alternativa, abre uma caixa contendo kryptonita e expõem os 3 bandidos kryptonianos a radiação da pedra, matando-os. No filme, o herói quebra o pescoço do vilão. Em suma, pra mim, um dos personagens mais bem caracterizados no filme é o Superman. Vemos no filme toda a aflição dele em tentar ajudar a humanidade de todas as formas e ser interpretado mal pela imprensa oportunista, que tenta difamá-lo. Todas as características que fizeram com que eu gostasse do personagem nos quadrinhos estão expostas no filme.

Porém, o que dizer do Batman... Ah, o Batman de Bem Affleck. No meu entendimento, o problema não é o ator (que até interpretou bem e tem o biótipo para o personagem) mas sim o que fizeram com o caráter do Homem Morcego. Batman se tornou um “ditador”, onde apenas o que ele faz é o correto e não precisa ser julgado, porém quando outro faz a mesma coisa, é o fim do mundo, e deve ser exterminado pois é uma ameaça. Estou me referindo no parágrafo acima a ele julgar aos danos colaterais causados pela batalha de Superman contra Zord em Metrópolis que acabou dizimando algumas pessoas e um dos prédios das empresas Wayne na cidade. Ou seja, o Batman matando pessoas (quando ele fez isso nos quadrinhos, tirando “Dark Night” que não é da cronologia??) pode, o Superman não?

Batman bebendo? Na cena onde ele está na cama com uma de suas conquistas, vemos Bruce Wayne bebendo um resto de champagne ou vinho que sobrou da noitada. Porém todos sabemos (pelo menos quem lê quadrinhos) da convicção e preparo que o “Cavaleiro das Trevas” tem. Abdicando de toda e qualquer substância para manter o corpo são. E além disso, desde quando Alfred, o mordomo, é um expert em tecnologia? Aliás, Alfred está sempre desencorajando seu patrão a seguir a vida de vigilante... E os pesadelos com os morcegos?!?! Achei que o Batman tivesse pesadelos com a morte dos pais, e não com morcegos gigantes. Bem, são tantas as divergências que ficaria horas e horas escrevendo. Mas, adiante...

Outro grande problema do filme é pegar duas das maiores sagas dos heróis e tentar resumir em um filme de 2h e 30min. Além disso, são duas sagas de universos totalmente distintos.

“Dark Knight”, de onde surge o confronto entre Batman e Superman, é uma saga, como já falei antes, de um futuro alternativo do Batman onde ele se torna hiper violento em razão do que está acontecendo com os EUA na época e faz de tudo para acabar com a criminalidade que chegou a pontos absurdos. Nessa saga, Superman é a representação do governo e Batman, é a representação do povo. A batalha entre os dois é uma batalha de ideais, não uma simples luta irracional, por motivos esdrúxulos e com um final mais ridículo ainda como no filme. Aliás, se perceberem bem, o final do filme é exatamente o oposto do final da minissérie, onde quem supostamente “ressuscita” é o Batman.

“A Morte do Superman” é outra saga, que se passa na cronologia real do Superman, cheia de pormenores e que se estendeu por mais de ano, explicando quem era Doomsday, como o Superman ressuscita, os clones e tudo relacionado.

O filme beira ao ridículo tentando resumir tudo o que foi escrito em pouco tempo. Não dá para colocar “Porto Alegre dentro de Viamão”.

Lex Luthor, o que dizer do ridículo e insuportável Lex Luthor do filme. O vilão beiro o estúpido. Jerry Siegel e Joe Shuster, desculpem o termo, devem estar se revirando no caixão com o que fizeram com sua criação. Lex Luthor é um homem de negócios, que tem uma rixa agravada com o Superman por causa de Lois Lane. Ele nunca foi um pirralho metido a cientista nazista, mimado e irritante como o protagonizado no filme. Que essa seja a única experiência que teremos com esse ator. Nunca mais escalem ele para o papel de Luthor. Simplesmente horrível.

Vamos falar da Kryptonita, o calcanhar de Aquiles de todo kryptoniano. Pois bem, a kryptonita é uma pedra radioativa com origem do núcleo de Krypton. Nos quadrinhos, lembro que Luthor descobriu uma delas e mandou fazer um anel, para que o Superman não pudesse se aproximar dele. Porém, a radiação da pedra fez com que Luthor tivesse que amputar sua mão. Aquele pó de kryptonita não me desce pela goela até agora. Primeiro, se o Superman respirasse aquilo, a radiação penetraria em seus pulmões e ele morreria assim como aconteceu com seus conterrâneos quando ele os matou. Bom, nem é bom me aprofundar nessa besteira que fizeram.

Mas nem só de coisas ruins o filme foi feito. A luta do Batman no cais, para salvar a mãe do Superman contra os capangas de Luthor é muito bem feita e coreografada. Pela primeira e única vez no filme me senti como se o Homem Morcego que conhece estivesse aparecendo. Outra coisa, o filme é visualmente deslumbrante, com todas as suas lutas e efeitos especiais, mas é tudo que achei de bom. Ah, a Mulher Maravilha... Nem deu tempo dela aparecer... Espero que usem mais ela no próximo longa, certamente foi uma das coisas que se salvaram nesse filme.

Enfim, o filme tem algumas cenas boas mas, em termos da essência dos personagens, principalmente do Batman, peca demais. Não é ruim nem bom, fica no meio. Poderia ter sido muito, mas muito melhor. Porém o diretor ficou tentando entreter crianças de 10, 12 anos com uma luta ridícula entre super-heróis quando podia muito mais se aprofundar nos personagens e criar um ambiente melhor para o próximo longa da série.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Apocalypse Pompeii


Mais um resumo básico de uma podreira que assisti recentemente: família viajando pela Itália enfrenta uma erupção vulcânica. O pai, ex-Forças Especiais, faz de tudo para salvar a esposa e filha que estavam em passeio a Pompéia quando a erupção do Vesúvio começa.


Essa aí de cima é a "gatinha" do filme. Mas vamos direto aos comentários sobre as besteiras que os caras da Asylum conseguiram fazer com mais esta pérola do cinema desastre. Primeiro, junto com os créditos iniciais vemos uma câmera sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro, inclusive com uma bela imagem do Cristo Redentor. Então vemos uma garotinha correndo, sendo seguida pela mãe e a legenda: Ilha de Galápagos. O grande problema é que a ilha de Galápagos não tem nada a ver com o Brasil. Ela fica a uns 1.000 Km do Equador, no Oceano Pacífico. Vamos esquecer este pequeno erro geográfico e continuar com nossa aventura. O vulcão de Galápagos entra em erupção e destrói tudo que vê em seu caminho.


Somos apresentados a família: Jeff, Lynne e Mykaela. Jeff é um ex-marine que agora, ao que parece, vende serviços de segurança ou aparelhos para segurança. Mas isso não importa porra nenhuma. O que importa é que ele deixa a mulher e a filha em uma excursão para Pompéia enquanto tenta fechar negócios em Nápoles. Pequenos tremores são sentidos mas, segundo o guia da excursão, é perfeitamente normal em Nápoles. Chegando em Pompéia, o que parecia ser normal, se torna numa das maiores erupções do Vesúvio, com tudo, mas tudo mesmo, o que uma erupção de um vulcão consegue expelir para atmosfera. Vendo que aqueles tremores não se tornaram em algo mais, Jeff tenta por todos os meios buscar a família em Pompéia. Pedindo favores a ex-militares (que oportunamente estavam todos na Itália na ocasião), vai a uma base italiana roubar um helicóptero para conseguir chegar ate Pompéia. Antes de continuar e ilustrar todos os furos do filme, voltemos a excursão e vamos ver o que está acontecendo com o restante da família.



Os tremores foram sentidos em Pompéia de forma mais intensa. Juntamente com os tremores, uma chuva de rochas incandescentes ataca nossas heroínas que, juntamente com o grupo da excursão, tenta de todas as formas possíveis escapar dos percalços lançados pelo vulcão. Além da chuva de rochas, uma onda de calor, avalanche de lama, seguida de cinzas que cobre todo o céu, deixando tudo escuro (gravem isso) e, finalmente, a lava. Tudo isso nos é explicado pela futura geóloga Mykaela, que quando viajava com o pai marine por todas as partes do mundo, estudava tudo que podiam sobre os locais onde iam, inclusive as formações rochosas e, por consequências, vulcões. Ou seja, no filme, ela é nossa expert, sabendo de tudo o que vai acontecer na sequência. Agora vamos as partes interessantes, ou seja, aos furos desta pérola. Nosso herói, Jeff, com outros três soldados, vão roubar um helicóptero. Durante a investida, um deles, Cane, é alvejado por um tiro na perna (gravem isso também). Bom, eles conseguem roubar o helicóptero, que é todo camuflado como na foto abaixo.


Porém, quando vemos os caras entrando dentro do helicóptero e saindo pela porta, o helicóptero miraculosamente muda de cor. Ele se torna azul. Por um momento, achei que estava ficando míope, mas realmente os caras mudaram a cor do helicóptero e acharam que ninguém ia notar? Pelo amor de Deus.


Além disso, no filme mostra Pompéia do lado de Nápoles. Porém, o helicóptero em uma parte diz que irá demorar mais 15 minutos para chegar em Pompéia. A quanto este helicóptero está viajando? 10 Km/h?


Chegando ao museu de Pompéia, onde os sobreviventes da excursão ficaram protegidos, Jeff e outros dois descem do helicóptero e tentam resgatar os sobreviventes. Porém, é aí que a lava começa a escorrer do vulcão. O helicóptero que iria salvá-los é atingido por uma rocha incandescente e o piloto, o mesmo que levou um tiro na perna, consegue se salvar pulando do helicóptero para o topo do prédio. Depois disso, ele começa a correr como se nada tivesse atingido sua perna. Antes de roubar o helicóptero ele mal conseguia caminhar. Mesmo sabendo que a lava estaria para chegar, não entendi por que patavinas eles decidem ir até o porão do prédio. Vendo que a merda foi feita pela burrice, eles vão até o topo do telhado novamente para tentar escapar. E é aí que vemos uma bela lua no céu noturno. Espera um pouco!?!? Lua!?! Mas as cinzas vulcânicas não tinham encoberto todo o céu de Pompéia?? Enfim. Outro amigo de Jeff vai até eles e os salva, fazendo com que todos tenham um final feliz.



Atuações canastronas ao extremo, "defeitos" especiais ao estilo Asylum, uma história sem pé nem cabeça, situações forçadas até não poder mais, entre outras coisas, fazem deste filme uma diversão sem igual pra quem gosta de "quanto pior, melhor". Pegando a onda do Blockbuster Pompeii, mais uma vez, a Asylum acerta a mão numa podreira divertida (é claro, se você não levar nada a sério e rir dos absurdos intermináveis deste filme). Enfim, divirtam-se. Legendas em português para a versão no link abaixo.