quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Piranhas - 3D


Voltando ontem para casa, após assistir a “Piranha 3D” no Arteplex do Bourbon Country, escutando “The Ramones” no carro, comecei a refletir sobre o que vi na tela grande: quanto tempo fazia que eu não assistia a um filme recente com a cara da década de 80? Muito, mas muito tempo. E é exatamente isso que deixa transparecer a nova película de Aja. Uma grande homenagem aos filmes da década de 80, pelo espírito do filme; um remake de “Piranha” (que já era quase que um “rip-off” [ou até um remake, se desejarem] de “Tubarão”, de Spielberg) que traz tudo que eu, como fã, gosto de assistir em um filme de terror.



Começando com um pequeno resumo: Piranhas pré-históricas que estavam presas em um lago subterrâneo abaixo de outro lago, conseguem passagem para o lago superior por intermédio de um tremor submarino. Neste lago, durante as férias de Primavera, jovens “descompromissados” estão curtindo o tempo livre com muita cerveja, curtição e exposioção gratuita de seus corpos. É claro que em uma junção destas duas variáveis, o resultado é um banho de sangue memorável.

O filme não tem só acertos, tem erros também. Existem algumas coisas intragáveis (que podem estar ali somente como uma referência aos “trashs” da década de 80, como podem também ser burradas de roteiro) durante os 88 minutos de projeção. Tentando citar elas em ordem cronológica durante o filme: Por que o redemoinho em uma parte do lago quando a rachadura acontece? Os espaços a serem preenchidos nem era assim tão grande para demandar tanta fuga d’água. Se as piranhas sobreviveram canibalizando-se, como existiam tantas e como, além disso, existiam tantos ovos presos ao que parecia ser algas?? Quando as criaturas partem para este extremo e, devido ao tempo em que elas ficaram presas no lago subterrâneo (acredito eu, milhares de anos) provavelmente já estariam extintas. Por que diabos os policiais estavam dando tiros de escopeta para tentar matar as piranhas, durante o ataque em Lake Victória? Se eles pensassem um pouco, com aqueles tiros eles iriam matar mais turistas que piranhas... Por que cargas d’água as piranhas pararam de atacar as pessoas que estavam dentro d’água durante o ataque? Parecia que, inclusive, elas tinham somente a intenção de matar a maior quantidade de pessoas e não de se alimentar, que é o que é proposto no filme para os ataques.



Em contra-ponto, a gama de acertos é muito maior e faz, no meu ver, com que este tenha sido um dos melhores filmes de terror que eu assisti no ano de 2010. O quarto do garoto com um pôster dos “Ramones”, do disco clássico “Rocket to Russia”, além de posteres do talking Heads entre outros nunca seria visto mais em um quarto, num filme atual. Os quartos dos filmes de hoje são quase sempre bem limpinhos, clean, com um PC e uma cama. O deste filme não: o quarto é cheio de posteres na parede, a cama toda bagunçada, enfim, do jeito que se via nos filmes da década de 80. E do jeito que realmente é um quarto de adolescente. Ele usando uma camisa do “Pixies” e não do “Justin Bieber” já é outro avanço significativo. A enxurrada de peitos, nudez, bagaceirices e sangue durante toda a projeção é outro ponto a favor de um filme que homenageia gêneros e épocas das produções de terror. Homenagens a “Braindead”, “Back to the Future”, “Alien³” (veja as fotos abaixo) e uma série de outros clássicos estão presentes.



A cena do ataque, mostrando todos os corpos meio-devorados sendo retirados da água, pernas meio comidas, corpos se dividindo, pessoas sendo transportadas pela metade, um cara com uma lança destroçando todos a sua frente com a hélice e terminando arrancando o couro cabeludo (e parte da pele da face de uma garota). A cena onde Eli Roth tem a cabeça esmigalhada, com sangue jorrando em uma garota, ou onde um cabo de aço divide quase ao meio uma garota, sem antes cortar a parte de cima do biquini e termos um belo visual de seu par de “boobs”; tudo isso mesclado a muito sangue jorrando, sendo que a água do lago fica tingida de vermelho e a excelente maquiagem de Greg Nicotero fazem um prato cheio para os fãs das tranqueiras da década de 80, onde com a tecnologia dos efeitos aumentanto, estes efeitos nojentos eram explorados ao máximo.

Além disso tudo, o filme dosa muito bem partes sérias (e tensas) com cenas de humor negro. Como a muito tempo não se vê.



Bom, saibam os fãs que ao irem assistir ao filme, vão com o intuito de curtir 88 minutos de pura diversão descompromissada. E assistam em 3D, vale muito a pena. O filme foi feito para ser assistido desta maneira. Existem cenas que perdem bastante da graça se estes efeitos não forem explorados.

Para terminar, só uma observação: o sistema I-MAX, para filmes em terceira dimensão, é uma completa merda: os filmes ficam escuros e os efeitos não são dos melhores e mais convicentes. Se puderem optar, escolham o sistema Real 3D que é deveras melhor.

Bom filme e apreciem a enxurrada de tetas na tela...

2 comentários: